terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sabarábuçu tem origem num arraial de bandeirantes que apareceu no fim do século XVII. O povoado cresceu e foi criada a freguesia em 1707, que foi elevada a vila e município em 1711, com o nome de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. É cidade desde 1838.
O princípio da história de Sabará está ligado à descoberta de ouro na região, então conhecida como Sabarabuçu, em finais do século XVII e a presença de Borba Gato, que ali permaneceu após a morte de Fernão Dias e que veio a ser o seu primeiro guarda-mor. Predomina hoje a versão de que quando o bandeirante paulista lá chegou já encontrou uma povoação e que o núcleo urbano por ele criado foi, na verdade, Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, que está um pouco antes da entrada de Sabará, do outro lado do rio das Velhas.
A origem do nome é bastante controvertida. O viajante inglês Richard Burton ouviu em 1867 que ele teria sido tomado de um velho pajé que ali viveu em tempos remotos. Outro viajante, o sábio francês Saint-Hilaire, também dá uma versão pouco consistente misturando corruptelas de termos indígenas numa bela confusão. Segundo o historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, o nome tem a ver com as particularidades geográficas da junção de um rio menor com um rio maior, como ocorre no sítio em que a cidade foi criada, onde o rio Sabará deságua no rio das Velhas. Isso é bem mais aceitável, sabedores que somos de que os índios brasileiros das mais diversas nações, sempre identificavam os acidentes geográficos compondo nomes, conforme a figuração ou ideia concreta ou abstrata que tais acidentes sugeriam.
Sabará foi elevada a categoria de vila por Antônio de Albuquerque , logo após o fim da Guerra dos Emboabas, juntamente com o Ribeirão do Carmo e Vila Rica. Como sede de comarca de uma importante região aurífera, possuía a sua odiada casa de fundição para onde deveria ser levado todo o ouro extraído na região para ser fundido em barras e devidamente taxado. A antiga comarca de Sabará era a maior de Minas Gerais, atingindo até a região de Paracatu e o Triângulo Mineiro.
No princípio do século XIX Sabará era dividida em cidade velha e cidade nova. A cidade velha era a região onde hoje ficam as igrejas de Nossa Senhora do Ó e Nossa Senhora da Conceição e a cidade nova era a região que abrange o centro histórico e a parte baixa, em direção ao rio.
Foi em Sabará que morreu um dos delatores da Inconfidência Mineira, o coronel do regimento de auxiliares de Paracatu, Basílio do Brito Malheiro. Morreu amaldiçoando o Brasil e os brasileiros e temendo ser emboscado em algum beco escuro, punido pelo povo de Sabará pela sua vil delação. Daqui também saiu um dos mais implacáveis devassantes da Inconfidência, o desembargador César Manitti, ouvidor da Comarca e escrivão do tribunal que condenou os inconfidentes.

 

[editar] Casarões

Sabará possui hoje alguns trechos históricos preservados, especialmente no centro da cidade, na Rua Pedro II, antiga Rua Direita, onde ainda encontramos alguns casarões especialmente do século XIX. Destaque para o Solar do Padre Correa ou de Jacinto Dias construído em 1773, possuindo escadarias de madeira de jacarandá e talha da terceira fase do Barroco Mineiro, onde funciona hoje a prefeitura. Ali já se hospedaram figuras ilustres como D. Pedro I e D. Pedro II. Seu antigo proprietário, o padre José Correa da Silva era suspeito de ser inconfidente e assim, provavelmente, os ouvidos de algumas das paredes dessa casa devem ter escutado muita xingação contra a Coroa e o governador Cunha Menezes, o Fanfarrão Minésio ridicularizado nas Cartas Chilenas de Tomas Antônio Gonzaga. Outra construção do século XVIII é a chamada Casa Azul onde nos dias de hoje funciona uma repartição pública federal. Tem ainda uma atração que é a chamada Casa Borba Gato. O nome é um chamariz turístico pois o famoso desbravador do Sabarabuçu nunca morou ali e ele foi tomado da rua onde está situada. Trata-se da antiga Rua da Cadeia que foi rebatizada com o nome do bandeirante em 1911. A casa, construída pela família Guimarães em 1814, já foi hotel, escola, casa de padre e hoje é uma instituição do Iphan voltada para a preservação do patrimônio histórico da cidade.

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